Você é capaz de tomar decisões difíceis?




O  ser supremo do universo entendeu que está na hora de finalmente decidir sobre o futuro da humanidade.
Há milênios Ele [Deus, Zeus, Buda, Javé, Alá...] vem acompanhando a história do homem e prefere que tal decida sobre o que virá adiante. E olha só quem foi escolhido a dedo para isso: você.
Pois bem, as regras do jogo são teoricamente simples. Duas apenas. Exterminar ou não o mal da face da terra.  
Mas antes que você se decida de vez, vamos aos  prós e contras sobre as opções em questão:
1º-Você decidiu exterminar o mal da face de terra.
Fazendo isso,  carregará a responsabilidade por milhares, talvez milhões de mortes pelo mundo. Sem contar em outra situação. Pode ocorrer que alguns dos seus parentes morram.  Está disposto a carregar este fardo?
2º-Você decidiu deixar tudo do jeito que está.
Ninguém vai morrer. Pelo menos não pelas suas mãos. Os maus terão a chance de mudar, mas as terríveis atitudes deles continuarão enraizadas pelo mundo. Resumindo: muita gente vai sofrer para sempre, talvez até a sua própria família.  Enfim, você não fez nada para mudar isso.
É agora parceiro! O que vai ser?
[Ao lado está a enquete.  Escolha uma das duas opções. Boa sorte  e muita reflexão, afinal, o destino da raça humana está em suas mãos.

Caso queira comentar sua resposta, escreva  aqui em baixo em "comentários".]

Natal


Não nego, sempre fui – e ainda sou – ansioso, até mesmo para aquelas coisas basicamente inúteis. Tudo bem, o que me conforta é que não devo ser o único na face da terra em ser assim.
Não curto muito o Natal, mas sempre me envolvo em algo que, de alguma maneira, faz com que faça parte dele.   Por isto, quanto mais a data se aproxima, mais aumenta minha angustia – no bom sentido . Desacredito no Natal por uma série de circunstâncias que não vem ao caso agora. O que realmente importa é o fato de que – meio inconscientemente – sinto que algo bom vai acontecer. Por isso, imagino eu que estas horas prévias à data são tão interessantes ou até mais do que o “dia” propriamente dito.  É neste emaranhado de sentimentos que se espalham nos momentos prévios onde imaginamos e construímos o futuro próximo (o dia de natal). Como se esperássemos por algo transformador  e nos mudasse de alguma forma para melhor, claro.
Enfim, na prática, não acho que isso aconteça. Pode parecer pessimismo, mas nós é que esperamos  demais dos outros. Creio que a mudança cabe a nós mesmos.  O dia de Natal e todo enredo que o cerca  é também uma grande metáfora para fazermos auto-avaliação. É  a oportunidade para o nascimento de alguém melhor (nós). Se fizermos isso e colocarmos em prática, certamente a data valerá a pena.

A gata Mima




Conheço uma gata. Chama-se gata Mima.  O felino tem a mesma aparência de um gato normal. A pelagem puxa muito para um siamês, mas vai só até aí.  A gata Mima, diferente da maioria, provoca estranheza a qualquer um.  Quando resolve deitar na soleira da porta não há “cristo” que consiga convencê-la de sair. Pode desabar o mundo e ela continua lá. Ignora de todo quem simule pisar sobre ela. Não é por gostar demais do lugar, pois em qualquer outro canto da casa é assim.  Quando acordada,  adora agradar quem quer que esteja por perto. Vem como quem não quer nada e quando menos se espera vai se ajeitando entre os pés. Não dura muito até que, por hábito, fica dando leves mordiscadas no dedão.  Ela gosta – é um tal de; pára Mima!
Gosto de pegar a gata Mima no colo. Preguiçosa, com os olhos semi-serrados  olha pra gente como um jeito todo inocente. Como quem não vê maldade em nada. Não espera nada além do nosso carinho.
Certo dia foi levada embora por um casal. Depois de localizada e resgatada, disseram que ela era tão mansinha. Hoje a gata Mima está aqui, em casa.  Mais precisamente, perto da estante, estatelada no chão. 
Não é possível ver nela toda aquela frieza de um bichano. A gata mima é diferente.

Só uma parte do todo


Fantasiar um relacionamento duradouro é de longe algo super normal. Estranho se fosse o oposto. Nós mal começamos a nos relacionar com alguém e nossa mente viaja lá na frente, pensando no que pode acontecer. Como se tivéssemos o dom de prever o futuro.   Deixando assim transparecer que a melhor parte dos nossos sentimentos surge quando há duração,  fidelidade, continuação.  Tome um casamento ou namoro como exemplo.
Mas será que é assim, sempre?  E aquelas pessoas que passam rapidamente pela nossa vida, por uma noite que seja, mas se tornam inesquecíveis?  Anos depois, por alguma razão, sentimos o cheiro dela (pessoa) e isso nos  traz à tona um emaranhado de sentidos. Será  que a plenitude dos nossos prazeres é atemporal?
Não digo isso em tom de conclusão, mas deve haver uma sombra  de sentido. O tempo para nós é, muitas vezes, uma armadilha impiedosa.  Pessoas vêm e vão. Cada uma com sua particularidade. E talvez esta que você deseja intensamente não seja  destinada à eternidade, mas sim,  a um momento apenas. Uma parte do todo, suficiente para ser guardada eternamente.

Pensamento



Haverá um tempo em que não serão necessários o som,  imagem, cheiro  e tão pouco o  tato. Somente a lembrança será suficiente para resgatar a melhor parte de um sentimento profundamente maravilhoso.  Incrivelmente estranho, mas ao mesmo tempo prazeroso.  É então, neste momento, que lembramos o quanto a vida nos entrega muitas vezes, pequenos milagres capazes de justificar a existência.  A magia do encantamento que, escondida sob seu misterioso jeito de ser, nos faz felizes por um instante que seja.  Talvez aí, quem sabe, esteja um fragmento precioso do que realmente é o amor. 

Facetas


Fim de noite, pouco sono, de repente bateu uma vontade de rascunhar algumas coisas.
Aviso logo, não há receita mágica para alguma coisa, exceto este devaneio sobre  um eterno objeto da discussão humana: a felicidade.
Não consigo imaginar alguém que não queira ao menos um pouco de felicidade. Trato de compará-la com nosso oxigênio. Talvez mais escassa, mesmo assim, vital.
Estamos tão acostumados com as grandes conquistas  que sequer  paramos para pensar sobre quantas vezes temos a oportunidade durante o dia de comemorar algo que acabou nos  fazendo bem. Estamos tão cegos que não vemos mais do que uma pequena fagulha de felicidade.  Ignorando assim, quem sabe,  nossa própria existência.
Chegamos ao ponto em que nosso comportamento está condicionado a sempre buscar algo maior. Somos os megalomaníacos da felicidade. Pequena não serve - felicidade de verdade, só se for grande.
Certa vez ouvi um renomado palestrante dizer, quanto maior o sacrifício, maior o sabor da conquista. Aí eu pergunto: depois dessa conquista, quanto tempo durará este sentimento?
Prefiro acreditar que o que nos faz bem também está sim, no resultado final,mas, ao mesmo tempo, também pelo prazer da jornada. Por que  tratamos com insignificância a jornada? 
Será que em busca deste prazer celestial não focamos apenas para frente e esquecemos que também podemos olhar para o lado, para cima e para baixo?
Vamos além. Quero chamar a sua atenção para outro ponto de observação sobre a felicidade; o que nosso corpo deseja e o que nossa cabeça exige.
Deixe-me explicar: acredito que cada um de nós, embora humano, tenha suas profundas particularidades sobre o que nos traz paz de espírito. E acredito ainda mais que nosso corpo nos fala a todo instante sobre o que desejamos para nós.  Se fossemos conduzidos pelos nossos impulsos,  nossa satisfação seria maior?  Resposta difícil, pois estas vontades/desejos estão aprisionadas na masmorra de nossos valores sociais.  São elas as chaves que subjugam a liberdade ou não de nossos impulsos.
Não quero aqui convencê-lo de que estamos totalmente errados. Não é essa a intenção. Apenas provocar uma reflexão sobre até que ponto chegou a limitar nossas vontades.
Será que não estaríamos virando leões enjaulados?  Presos, porém leões. 
É essa prisão da qual me refiro (valores sociais) que geram estes questionamentos. Será que devemos apenas baixar a cabeça sempre e dizer sim, ou, na pior das hipóteses, questionar?
Por fim, meu desfecho trata de complicar ainda mais essa questão. Até agora apresento questionamentos sobre o quanto a libertação dos nossos desejos trará felicidade.
Mas será que a profunda ignorância não facilitaria nossa vida? Não perdemos tempo nos   “quês” e “por quês”e apenas... sentimos.  Será que tentar ajustar nosso comportamento em busca da felicidade não tornaria isso tudo ainda mais artificial?  É viver para ver, ou melhor, sentir.